quarta-feira, 29 de junho de 2011

10 gatinhas muito inteligentes!

O post de hoje é em função de um pedido especial (para não dizer ameaça)! Após aquela lista dos 10 gatinhos do marxismo ocidental, algumas vozes feministas enfurecidas reclamaram da exclusividade de celebridades masculinas na listagem. Por isso faremos aqui hoje um ranking muito especial contendo apenas mulheres.

Aviso aos leitores que a lista que se segue contém figuras bem distintas, mas que mantém uma coisa em comum! Todas elas são mulheres com muita atitude, que venderam muitos livros nas suas carreiras e que causaram bastante polêmica! Vocês poderão ver logo abaixo não apenas marxistas, como também ecofeministas, pós-desestruturalistas, escritoras do terceiro mundo, sem falar daquelas que pesquisam gênero.

É bom lembrar que os leitores pervertidos e degenerados que mantém os olhos apenas nos padrões estéticos vulgares do senso comum (bunda, peito, barriguinha com pirci, entre outros) não encontrarão nada do seu gosto na devida listagem. O presente ranking é dedicado aos leitores e leitoras que sabem que a coisa mais sensual que uma mulher pode carregar com ela é o intelecto!



10. Camile Paglia
Camile Paglia é uma das intelectuais mais polêmicas do momento! Pupila do arauto do liberalismo Harold Bloom, ela ficou famosa pelas suas criticas ao movimento feminista e sua defesa das artes (principalmente da pornografia). Vale lembrar que ela já xingou Foucault, Derrida, Susan Sontag, Lady Gaga e mais uma renca....Por todas essas polêmicas e por esse cabelo, ela merece estar aqui.


9.Simone de Beauvoir
O nono lugar vai para a esposa/amante/paquera/whatever de Jean Paul Sartre, Simone de Beauvoir! Vale lembrar que Simone é considerada uma das percussoras do feminismo contemporâneo e que seu livro “O segundo sexo” de 1949, é considerado uma espécie de Talmude por muitas feministas.


8. Beatriz Sarlo
A oitava posição é uma prova de que existe vida inteligente na Argentina(mais que no Brasil). Beatriz Sarlo faz parte daquele povo da literatura que se mete a escrever sobre todos os assuntos, mas que escreve muito bem seja lá o que for. Ela já escreveu sobre ditadura, pós-modernidade, (ab)usos da memória, critica de arte, tempo presente, Jorge Luis Borges e mais uma infinidade de coisas.



7.Hannah Arendt
O sétimo lugar vai para a amante do filósofo Martin Heidegger, Hannah Arendt. Aos trinta e poucos anos Hannah teve que fugir da Alemanha para não ser alvo da megalomania nazista! Ela foi bem acolhida na terra do tio Sam, aonde virou colunista do New York Times e arranjou tempo para escrever sua vasta obra filosófica.


6. Julia Kristeva
Quando se fala do estruturalismo francês dos anos 60, muitos homens são lembrados (Lacan, Foucault, Barthes, Levstross). Porém, poucos se lembram da mulher que mais se destacou nesse bando de cuecas: Julia Kristeva! Na verdade, essa menina esta mais para o desestruturalismo do que para qualquer coisa estruturada. Ela faz até hoje uma mistura de psicanálise com literatura e semiótica, e ainda mistura gênero nisso tudo. Dizer que ela é pós-moderna é pouco!



5. Joan Scott
Quem cursa a faculdade de história sabe que ela é dividida em cadeiras tipo História Antiga, História Medieval, História Moderna, História da América. Graças a Joan Scott passou a existir uma área chamada História das Mulheres! Por isso ela merece nosso quinto lugar



4. Rigoberta Menchú
Nosso quarto lugar é uma prova de que você não precisa ter doutorado, muito menos curso superior, para escrever livros (BONS) mundialmente aclamados. Vinda de uma aldeia indígena da Guatemala, essa menina já ganhou até o prêmio Nobel da paz. Sua autobiografia é um dos livros mais polêmicos do século XX, no qual ela discute o massacre (bancado pelos EUA) que foi a Guerra Civil da Guatemala!



3. Judith Butler
Judith Butler é considerada o grande expoente da teoria queer no mundo acadêmico. Ela usou as teorias do Derrida para mostrar que a palavra gênero era mais um conceito pseudo-classificatório carregado de impossibilidade! Provavelmente ela acharia esse ranking extremamente reducionista e totalitário, pois ela acredita que conceituar e classificar é sempre uma coisa totalitária e reducionista.



2. Vandana Shiva
Vandana Shiva é provavelmente a mais pop ativista do ecofeminismo! Para quem não sabe o ecofeminismo é a fusão do feminismo com a ecologia (tipo dragon ball Z, lembra?). Essa mocinha de origem indiana é Ph. D em física e gosta de misturar ecologia com filosofia política! Ela já vendeu muitos livros falando que a revolução verde foi uma tremenda enganação, assim como apostou alto que a Terceira Guerra Mundial vai ser por causa do ouro azul (ÁGUA).



1. Susan Sontag
Não se fazem mais mulheres como Susan Sontag! Isso é fato! Quem ler seus livros verá que seu texto além de muito bem escrito, não perdoavam ninguém. Sontag era dona de um sarcasmo intelectual que faria o Dr. House chorar assustado. Eis aqui alguns dos inúmeros motivos para ela estar no primeiro lugar:

- Foi uma das primeiras americanas a visitar o Vietnam e a defender o país após os americanos tomarem uma coça por lá.
- Brigou com Sartre e com o Existencialismo e disse que a filosofia era a masturbação do mundo.
- Brigou com o pós-estruturalismo e disse que os franceses tem mania de dizer que a realidade não existe.
- Brigou com a crítica de arte contemporânea e disse que os críticos de arte adoram ver coisa aonde não tem.
- Deixou a Camile Paglia no vácuo num evento, o que gerou um ódio mortal por parte da Paglia.
- Reclamou dos turistas japoneses que ficam tirando foto de tudo e não param pra apreciar as coisas.
- Foi até o leste europeu no meio da guerra da Bósnia para denunciar as atrocidades do conflito!

Enfim, só lendo Susan Sontag para entender o porquê ela merece esse primeiro lugar!
















































domingo, 12 de junho de 2011

O dia dos namorados?

O dia dos namorados não podia passar despercebido no presente sítio virtual. Logo, vamos aproveitar a data especial para lembrar que nem só de intrigas e discórdia é feito o mundo intelectual.  Por isso vai aqui uma homenagem aos dois casais, que provavelmente, são os mais famosos da filosofia ocidental.



O primeiro casal é uma prova de que manter um relacionamento aberto não é uma coisa tão nova assim, da mesma maneira que pode ser considerado uma coisa “Cult”. Para falar desse casal teremos que voltar aos anos do Pós-Guerra, quando o feminismo ainda estava nas suas primeiras ondas, e faltava pouco para o estruturalismo ser a moda do momento. Nesse período o existencialismo ainda era o canal! Logo, nada mais romântico e “Cult” do que uma das alavancas do feminismo manter um relacionamento (ou quase isso) com o grande pilar do existencialismo. Sim leitores, estamos falando do casal não monogâmico Jean Paul Sartre e Simone de Beauvoir.
 

ELA basicamente escreveu a primeira (e talvez única) bíblia do feminismo ocidental, “O segundo sexo”. ELE transitou entre a fenomenologia e o marxismo, mas ficou mais famoso pela sua grande empreitada teórica conhecida como Existencialismo. Aqueles que leram o diário dela comentam que apesar dela ser “a feminista” e o relacionamento do casal ser aberto, Sartre era um machista enciumado que detestava ver a companheira saindo com outros machos. Vale lembrar aqui o que diz no clássico História do Estruturalismo, de François Dosse! Quando o estruturalismo virou a moda nos anos sessenta, muitos diziam que Sartre não passava de um velho gagá e comunista que se recusava a enxergar os gulags da União Soviética.



O outro casal homenageado talvez seja mais polêmico. Alguns consideram uma falta de ética um professor manter um relacionamento com uma aluna ou vice-versa. Não precisamos mencionar aqui toda a putaria homoafetiva dos antigos gregos para lembrar que professor com aluno é uma prática tão antiga quanto à escola. Um exemplo era o professor de filosofia Martin Heidegger. Mesmo casado e com dois filhos, ele não resistiu aos encantos da sua aluna Hannah Arendt.


Os dois viveram um romance um tanto conturbado na Alemanha dos anos 30, pois Hannah era judia e teve que sair batido para não ser pega pela triagem megalomaníaca do Hitler. Apesar de tudo os dois continuaram se correspondendo via carta, tanto que essas correspondências deram origem a um livro e uma peça de teatro (eu ainda não vi nenhum dos dois).

Temos que admitir que esse casal de filósofos amantes é uma prova de que pessoas com interesses diferentes podem dar certo (pelo menos como amantes!). Heidegger é considerado um dos grandes pilares filosóficos da morte do sujeito moderno. Sem falar que ele ajudou a dar origem a toda uma horda de teóricos da morte do sujeito pós-estrutalistas, pós-modernos e pós-chatos. Uma horda de filhos intelectuais bastardos que vai desde Jacques Lacan até Jacques Derrida e Richard Rorty. Já Hannah Arendt voltou-se para alguns temas mais políticos como a Revolução e a Democracia. Sem falar que ela brigou com muita gente ao afirmar que o Nazismo e o Stalinismo eram praticamente iguais (Leiam as Origens do Totalitarismo).



Um feliz dia dos namorados para todos os leitores!

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Foucault à Califórnia?




Quando se fala do Estado da Califórnia geralmente se pensa em um lugar ensolarado, onde é verão o ano inteiro e as pessoas vivem em um eterno clima de azaração. Não devemos esquecer que a Califórnia é o lar do cinema moralista/burguês de Hollywood assim como o lar das indústrias pornôs mais criativas do planeta. E para não dizerem por aí que eu só falo bem da Califórnia, vale lembrar que é um dos Estados com o maior número de balas perdidas do planeta, visto que suas ruas são palco para tiroteios eternos entre gangues de hispânicos e de afroamericanos que disputam o comércio de cocaína para as celebridades de Hollywood.


Realmente é difícil imaginar que em um Estado regado a cocaína e promiscuidade possamos encontrar um meio intelectual/acadêmico rebuscado e universidades públicas preocupadas com a produção do conhecimento cientifico de qualidade. Mas acredite, não só podemos encontrar isso na Califórnia, como eu afirmo aqui a minha tese de que a Califórnia é o centro intelectual do mundo pós-moderno. Provavelmente alguém vai dizer que eu sou louco por afirmar isso, e que a minha hipótese não tem fundamento nenhum! Isso é verdade!

Por isso vou elencar aqui todo um leque de celebridades acadêmicas muito chiques que em algum momento de suas carreiras brilhantes deram aula em alguma universidade da Califórnia. Vale dizer que a Califórnia é um dos ambientes acadêmicos mais heterogêneos de todo o planeta. Nela encontramos desde arautos do marxismo ocidental, até uma galera pós-moderna porra louca, sem falar no povo indefinível da Teoria Queer.





Para começar bem, vale citar o exemplo do intelectual mais polemico do século XX: Foucault.  Na virada dos 70/80 Foucault foi professor visitante na Universidade de Berkeley. Suas aulas em Berkeley ficaram lendárias, sem falar que ele morreu pouco tempo depois. Quem ler a biografia de Foucault saberá que ele adorava as folgas da universidade para freqüentar as saunas homoafetivas de São Francisco, e que é provável que tenha contraído AIDS em uma delas. Vale lembrar que depois de sua morte, nos anos oitenta, seu arquiinimigo Carlo Ginzburg virou professor de História na mesma Universidade.




Outra figurinha famosa que não resistiu a dar uma passadinha na Califórnia foi o filósofo/psicanalista/antropólogo/detudoumpouco francês Michel de Certeau. Para os leitores desinformados Certeau também era missionário jesuíta. Ele ministrou aulas na Universidade de San Diego. Honestamente, eu super imagino o respectivo intelectual jesuíta saindo da linha com as perdições da Califórnia e tirando um tempo para visitar a Mansão da Playboy em Los Angeles.




Pode soar estranho um jesuíta visitando a Califórnia, mas mais estranho ainda é o caso de um professor de história inglês que já faz um tempo é efetivo da Universidade de Los Angeles: Perry Anderson!!! Sim, um dos únicos arautos do Marxismo ocidental ainda vivo da aula e mora numa das cidades mais devassas do Império Neoliberal norteamericano. Ok, eu imagino o cara dando aulas sobre o modo de produção feudal pela manhã e saindo para rodar por Los Angeles com um galaxy lowdown no período da tarde. Acho que eu entendo ele! Tipo se você quer ser um critico do neoliberalismo, nada como enxergar o problema por dentro!!

Além desses casos mais polêmicos segue-se logo abaixo uma lista com descrições de celebridades acadêmicas da Califórnia que você com certeza deve ler, a maioria delas deu aula na Universidade de Berkeley ou de Santa Cruz da Califórnia.

Universidade de Berkeley:








Thomaz Laqueur: Historiador e sexólogo, escreveu um grande livro sobre a história da masturbação









Frijof Capra: Físico metido à ecologista, gosta de misturar ecologia com misticismo oriental







Universidade de Santa Cruz




Donna Haraway: Mistura de bióloga com filósofa, escreveu teorias complexas sobre ciborgues e macacos.







Frederic Jameson: Critico Marxista, foi um dos primeiros caras a meter o pal na pós-modernidade.







Hayden White: Tormento dos historiadores, mostrou que história tinha mais a ver com literatura do que com ciência.














Outras coisas típicas da Califórnia





Davey Havok - Cursou literatura e psicologia na Universidade de Berkeley, mas largou tudo para ser músico!






Grupo de jovens tipico da Califórnia que tem orgulho de mostrar a sua identidade latina!







Grupo de jovens ligado ao movimento hip hop da Califórnia, mais conhecidos como BlOODS! Não possuem ligação nenhuma com o crime (?).



Acho que depois de ver o comentário de hoje, muita gente vai pensar de novo para onde quer ir quando fazer um pós-doc no exterior!